Precipício Mental - Insensatez

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Síntese.

Esperar, esperar e esperar.

Quem quer esperar?
Esperar o tempo passar, esperar o almoço ficar pronto, esperar o sono chegar, esperar o dia amanhecer,  esperar ele entrar.

Dizer que não sinto mais nada seria uma grande mentira! Posso enganar a todo mundo, mas nunca a mim mesma. Pensamentos sofistas me consomem, me corroem, e me pego tendo que lutar contra eles o tempo todo.
Não é amor, não é paixão, não é vontade... é algo que não sei explicar, algo infiltrante, redundante. Uma roda-gigante que gira e passa pelo mesmo lugar várias vezes, rodando em seu próprio eixo. E quem disse que essa roda gigante tem botão de desligar? Ela permanece na inércia, mantendo seu estado inicial de movimento, de uma forma tão bruta, que nem o atrito consegue romper. Quando a fito, três milhões de perguntas passam em minha mente ao mesmo tempo, girando com a mesma intensidade que ela, fico tonta e paro - não quero todas as respostas, só preciso de algumas.
Na verdade, não faço a menor idéia do que quero!
Parece que sempre que  me desconecto e esqueço cada detalhe, algo me traz de volta ao parque da roda-gigante. É uma prisão, onde tenho direito de sair; mas se peco, tenho que voltar - meu regime semi-aberto -. Às vezes, me sinto obrigada a voltar lá, obrigada a cuidar de tudo, obrigada a fazer com que a roda continue girando, sem sair de seu eixo, sem se desorientar... mas tenho muito medo! Sabe o que é? É que eu ADORO GIRAR!!!

Ela chama tanto minha atenção: Colorida, com minhas cores preferidas; um giro suave, mas quase impossível de ser interrompido; e tem um brilho... QUE brilho!

E continua girando, sem que eu esteja lá.

Demorei tanto pra conseguir uma folga dessa prisão infundável! Tenho o maior medo de perder meu direito de regime semi-aberto, medo de não poder sair novamente.
Ou será que nunca sai de lá? Doce ilusão.
Girei, girei, girei; agora estou tonta. Todos estão tontos! Parei. 'Não, mas essa é a melhor sensação! Nunca havia sentido antes. Inovador. Quero mais!'   Continuei. Sem querer, tirei-a do eixo e acabei saindo do meu próprio. - preciso parar.
Pronto, estagnei! No mesmo lugar, de lá nunca saí, mas estou parada agora e faz frio, muito frio. Acho que chegou o inverno, o meu inverno.

Pensando bem, sei exatamente o que quero! Quero acordar amanhã com amnésia, bloqueio mental, ou sei-lá-o-que, algo que me faça esquecer o quão bom é girar(e girar).




Mas é incrível como brilha... e esse brilho desbota no inverno.