Precipício Mental - Insensatez

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Furtacor

    Na calada da madrugada, simplesmente escrevo porque preciso de uma forma de libertação. Preciso inocular nas letrinhas paralelas aquele sentimento que insiste em resistir à resignação.
   Junto à luz que invade o quarto escuro em um tom azul, o brilho convexo do vidro das cinco gotinhas mágicas reluz. As cinco gotinhas marcadas pela promessa de levar à escuridão de uma caixinha de pandora toda a melancolia que aflige.
   A dor continua a mesma. Com stand by, o quarto passa de azul à roxo em um de repente inesperado. Os globos castanhos se cristalizam, fazendo escorrer uma angústia petrificada, que ocupa no peito o espaço de um punhal.
  Afasto a cortina na espera de que um feixe de luz invada o escuro, mas ao olhar lá fora as luzes da cidade que dorme, a dor da derrota parece maior que a vontade de viver.
  Então vejo a figura de um ser quase divino... Metade anjo, metade humano. Minhas mãos são afagadas com carícias de amor e algumas palavras aveludadas fazem o dia amanhecer em cores.

... E o dia seguinte é sempre melhor.