Precipício Mental - Insensatez

domingo, 10 de março de 2013

"No regrets, just love"

Ela o amava.
É... amava mesmo. Daqueles amores em que a gente se esforça pra acordar mais cedo só pra dar bom dia. Que a gente larga tudo, pega um táxi e sai correndo pro fim do mundo, só pra encontrar a pessoa e dizer o quanto a ama, naquele dia em que o celular acabou a bateria no meio de uma discussão.
Ela o amou inteiramente pelo seu interior. Sabe alguém que aos olhos mais superficiais não tem nada demais, nem nada a oferecer? Mas ela enxergou o ponto que quase ninguém vê. Fez ele engrandecer, crescer, sonhar alto. E mostrou a ele o quanto era grandioso e que podia chegar bem mais longe.
Viveram juntos, brigaram juntos, sorriram juntos, erraram juntos. Cresceram juntos.
Fizeram planos de viajar, de casar e até de se amar pra sempre.
E foi pra sempre! Todo mundo sabe que o "pra sempre" dura pouco.
Incentivou, lutou, chorou, gritou... mas, principalmente, amou.
Da melhor e mais sincera forma.

E, então, ficam as lembranças e aprendizados.
Juntou os cacos e ficou tudo bem.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Abismo insustentável

Aquele sentimento não foi embora... Suprimido pelo superego, ele sempre socou as parades de leve quando os olhos enxergavam quem eu fingia  não querer ver.
Revirava os olhos quando era obrigada a ocupar o mesmo espaço que ele, enquanto ouvia aquelas suas piadinhas-sem-graça de sempre e do nada resolvia soltar alguma bobeira sobre o mundo lá fora no meio do silêncio.

"Será que foi tudo ilusão?"
 Nos últimos tempos, tenho me perguntado muito.

E ainda tem aquela dorzinha chata de cabeça, que só passa quando a gente dorme, que tem me perturbado todas as noites. Chato não poder botar a mente em ordem no horário mais propício a isso!
Talvez ela só não queira ficar em ordem.
Quantas e quantas vezes me olhei no espelho e quis apagar metade da minha memória. Metade dos meus problemas. Inúmeras vezes quis que uma mentira despropositada se tornasse uma verdade absoluta. E dormi no fim do mundo pensando em que talvez acordaria no paraíso, e o fim do mundo ainda estava lá de manhã.
Passei muito tempo esquecendo de comer, porque isso simplesmente não parecia tão importante para minha mente. Ao mesmo tempo, você estava lá... Vivendo sua vida. Aquela vida de cômodos e comodismos.
Aquele sorriso com qual você me recebeu, depois daquelas férias de Julho prolongadas, em que eu passei maior parte sentindo sua falta... Nunca mais vi.
Eu deixei as coisas escaparem do meu controle. Agora tudo parece desgovernado. O tempo passa rápido demais. Você ficando velho. E eu amadurecendo. E a vida passando. E nós nos perdendo.

Tudo se tornou um abismo insustentável, incurável, intocável.
INTOCÁVEL!


Passei muito tempo pensando que o errado era o melhor pra mim, sem saber do erro que talvez estivesse comentendo. Até agora não sei se fiz um mal. Não sei se é mal, porque parece bem certo, às vezes.
E hoje? Hoje eu já não sei mais. Tudo parece correto e incorreto, ao mesmo tempo, sem oito ou oitenta, sem gelo ou fogo.
De vez em quando me vem uns momentos de lucidez.